- No seu livro recente, Vitor Bento lembra Adam Smith bem como Marshall. É assim. Em tempos de crise, chamam-se aqueles que dizem algo que permanece ou Aquele. Neste último caso, reza-se. No primeiro caso, lembra-se. Afinal a memória serve.
- Como bem descreve no livrinho, a economia apareceu ligada à Moral. A moral determina o comportamento económico de uma comunidade. Se a comunidade é egoista é uma coisa se é comunitarista é outra. Evidência.
- Contudo fala-se pouco do sentido nacional.
- O sentido nacional é organizado. E é-lo em torno de alguém que dá o exemplo. Seja Rei, seja presidente ou primeiro-ministro numa república. Ninguém deu exemplo nos últimos 20 anos. O povo, maioritariamente massa homogénea iletrada vai atrás da publicidade, da maquilhagem, do falso, e do aparente. Queixam-se agora dos bancos. Queixam-se dos ladrões dos gestores. Dos políticos e até um bastonário de uma corporação já diz que a democracia deve ser temporalmente extinta. Francamente o povo é estúpido, como o são os seus líderes.
- Num esforço de cada um, deve-se dizer não a tudo isto. O político é um momento nobre numa comunidade. E se é certo que a comunidade pecou à sombra da luxuria da oferta e da gula da coisa mercadejada é tempo de poupar, de meditar e de reagir como bons reaccionários.
- A democracia não é para ser negociada, é para ser cumprida, e a penitência faz parte do homem que ama a democracia pois acreditamos na imperfeição humana mas também na passagem, na ultrapassagem, na Páscoa.
"Para eles, o mais importante era conservar o que haviam criado com trabalho e boas maneiras, com toda a sua existência, para eles, era mais importante a conservação do que a própria criação... Era como se vivessem várias vidas. Como se vivessem, simultaneamente, a vida dos pais e a dos filhos" Marai, S.